Se tem uma coisa que amo fazer desde a infância, é assistir a filmes. Quando criança eu procurava apenas diversão. Se o filme me fizesse rir ou me empolgasse com cenas absurdas de ação, eu estava satisfeito. A medida que crescia os critérios ficara mais exigentes. Hoje além de boas atuações e um tema atraente, eu prezo por um bom roteiro. Creio que um bom roteiro define se um filme será bom. Boas atuações não garantem um filme ser bom, e um bom tema muito menos, mas um bom roteiro garante todo o resto.
Talvez você esteja lendo este artigo e não compreende o que é um roteiro. A definição mais simples que posso dar: roteiro é a forma escrita de qualquer espetáculo (teatro, filme, série, desenho, etc.), escrito por um ou vários profissionais que são chamados de roteiristas. Quando você assiste um filme por exemplo, cada cena já foi escrita, cada cenário foi descrito previamente, nada foge do texto prévio (ou pelo menos nada que garanta o desfecho predeterminado pelo roteirista). Em um filme nada é por acaso.
Isso soa muito familiar se você for um calvinista. O intuito aqui se você não for, não é te fazer tornar um, mas pensar um pouco sobre essa analogia que vou te apresentar a seguir. Mas primeiro quero ponderar algo, que são duas verdades absolutas para um cristão, para que ao ler esse artigo você não tire conclusões que eu não quis apresentar. Leia esse texto sabendo que a soberania de Deus e a responsabilidade humana são duas verdades confirmadíssimas nas Escrituras, que na nossa mente limitada é difícil compreender. Mas se você nega um ou as duas, espero que ao final, você as tenha por verdade. Dito isto, vou fazer você pensar um pouco.
Como todo filme a vida terrena tem início, desenvolvimento e fim. Neste cenário você é um dos atores. Cada ator deste filme tem sua história em particular. Aparentemente cada um é o protagonista da própria história. Mas o filme é mais amplo, e todos não passam de coadjuvantes de um filme grandioso que só tem um protagonista.
Temos então tudo que um filme precisa. Temos atores, personagens coadjuvantes e o principal. Temos até algo que podemos chamar de antagonista. Temos cenários com grandes aventuras. Outros nem tão grandes assim, que parecem mais ser cenas de figurantes (mas figurantes também são importantes em um filme, mesmo que você não os perceba). E por fim, temos o roteirista.
O roteirista escreve o filme antes de qualquer cena ser filmada, antes até que qualquer ator apareça. Antes de tudo, está o roteirista. As câmeras só são ligadas quando se tem um roteiro. Ele define até onde cada objeto está em cena. O figurino está lá nas folhas escritas. Características físicas e emocionais de cada personagem também estão. O diretor captura a cena, mas a cena é descrita pelo roteirista (em casos de grandes profissionais alguns roteiristas são também diretores e até mesmo atores de um mesmo filme, e a nossa analogia pode se encaixar nesses casos).
Neste filme já identifiquei você como um dos atores. O roteirista é Deus. Ele tem o domínio da história, pois ele é o autor do roteiro da humanidade.
O planeta que vivemos e todo o universo é obra das mãos do Deus criador. Como eu já disse o roteirista determina até o cenário, e para um filme tão complexo como esse, só um roteiro perfeito para dar conta de encaixar tudo e não deixar nem um furo.
E o que o ator faz nesse filme? Ora, ele faz o que todo ator faz: atua. O ator põe em prática tudo aquilo que foi escrito anteriormente. Bons atores chegam até a improvisar, mas nada foge do desfecho, pois o final já está escrito fechando todas as pontas soltas. O ator tem liberdade, a liberdade de atuar. Liberdade que define quem são os bons e maus atores (apesar que como um bom calvinista na minha perspectiva todos os atores coadjuvantes são ruins, o que salva este filme é o roteiro).
Caminhando para o final deste artigo espero que você compreenda que o final deste filme é perfeito. O protagonista triunfará. O bem vencerá o mal. Talvez você esteja perdido no meio deste filme, mas a cena final, o último ato resolverá todas as questões, não haverá nenhuma dúvida. O roteiro é perfeito. E o roteiro só é perfeito porque o roteirista é perfeito.
Os cristãos já sabem o final deste filme. O spoiler já foi dado. Muitos atores não leram as partes disponíveis com os principais pontos do roteiro, e assim atuam como se a obra fosse sem fim e sem sentido. Mas há um fim e um sentido.
Estude o roteiro. Temos inúmeras versões em nosso idioma. Confie no Roteirista e atue dando o melhor de si.